6.8.09

Eclipse


Na manhã do seu oitavo aniversário sentia-se muito feliz, apesar de não ter conseguido dormir quase nada durante a noite.
Vestiu a roupa nova que encontrou arrumada sobre a cadeira e, seguindo o cheiro das panquecas que se escapava da cozinha, desceu rapidamente pelo corrimão.
Como habitualmente, os pais já tinham saído para o trabalho.
Em cima da mesa, junto ao prato com o pequeno-almoço, encontrou um embrulho. Rasgou o papel à pressa, descobrindo uma caixa de cartão, dentro da qual estava uma bola. Teve alguma dificuldade em retirá-la do seu invólucro e foi necessário prendê-la com força entre os joelhos enquanto comia para impedi-la de rodar.
Quando terminou, pegou nela com ambas as mãos e levou-a para o quintal a fim de a experimentar.
Uma vez lá fora, pousou-a no chão e, após algumas tentativas falhadas, deu-lhe um pontapé. Apesar de não ter sido um pontapé muito forte, a bola elevou-se no ar e continuou a subir, até que a perdeu de vista.
Ficou parado, à espera que caísse e foi então que, progressivamente, o dia se foi apagando, até o sol se tornar apenas um fino halo incandescente pintado no horizonte.
tina

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