
Acontece por vezes em plúmbeas e gélidas tardes de inverno que,
inesperadamente,
por debaixo da fímbria da cortina se esgueira mansamente um raio de sol.
Tocadas pela calidez do seu beijo,
as paredes diluem-se
e o ar enche-se de trinados.
Pouco a pouco,
o coração desperta do seu torpor e,
embriagado pela música,
despe-se do frio e põe-se a cantar.
Acontece por vezes que depois da canção,
nessas plúmbeas e gélidas tardes de inverno em que as paredes se diluem e os trinados enchem o ar,
o coração abraça ternamente o raio de sol e o aninha junto a si,
para sempre.
tina
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